quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma não é embalagem, é CONTEÚDO

Foi com muita tristeza que recebi a nota de falecimento da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a função. O Supremo Tribunal Federal decidiu por 8 x 1, que qualquer Ser do mundo pode exercer a profissão de jornalista.

Os ministros vão na contramão dos avanços conquistados nos últimos anos, onde incluia-se a exigência de uma qualificação para exercer profissão regulamentada de Jornalista. Uma pena! Concluí o curso de Jornalismo na Unisul de Tubarão no final de 2008 e não me arrependo por ter feito a graduação.

Escrever qualquer um escreve. Que diga os nossos Blogs do dia a dia e Twitters da vida. Porém, ter a responsabilidade sobre aquilo que é dito e a consciência do que é publicado, a partir do momento em que se trabalha num veículo de comunicação que abrange a grande população, o banco acadêmico para o Jornalismo é fundamental.

É claro que há muitos jornalistas formados que só publicam M****, e outras pessoas não formadas na área que estão algum tempo no mercado e são muito superiores a qualquer um que possui a qualificação acadêmica. Mesmo assim, o STF deveria manter a defesa a favor da obrigatoriedade do diploma pra trabalhar na área.

Porque pra ser jornalista não é preciso ter formação superior e, pra ser médico ou advogado precisa?

Como disse a jornalista graduada, Lene de Costa, em seu blog:
"Conheço pessoas fantásticas que tem o dom da cura, mas elas não podem ser consideradas médicos.Conheço pessoas que argumentam como ninguém e defendem realmente os direitos de quem precisa, mas elas não podem se intitular advogados.Mas para o STF, quem escreve ou fala bem atrás do microfone, em frente às câmeras, ora, pode muito bem ser jornalista. Ser formador de opinião. Ser tomado por verdadeiro."

Concordo plenamente com o que ela escreveu!

Ao ministro Marco Aurélio Mello, receba o meu APLAUSO (clap, clap, clap,...) por ser o único corajoso na defesa do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Disse ele: "Penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”, argumentou Mello.

Já o presidente do STF, Gilmar Mendes, e toda a corja que votou contra o diploma - (Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello ) - recebam a minha VAIA (uuuuuhhh) por este ato de retrocesso ao país.

Gostei da declaração do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade. Ele disse: "É um golpe profundo na nossa organização, porque deixamos de ser uma categoria e passamos a ser um amontoado".

O que me deixa triste, é ver que temos jornalistas formados que comemoraram esta decisão do Supremo. Fico MAIS TRISTE ainda, em ver que a nossa profissão já é pouco valorizada e mal paga.

Quando
o diploma era requisito obrigatório para trabalhar com o jornalismo, já presenciávamos centenas de empresários donos de veículos de comunicação, burlando a lei e contratando qualquer um pra escrever "em nome da mão de obra mais barata".

E agora que qualquer um está livre pra ser jornalista, sem passar pela universidade, vamos notar este tipo de atitude se proliferar. Vai ser muito doído bater nas portas de muitos "jornalecos" por ai, pedindo emprego e ver pessoas que não derramaram uma gota de suor para aperfeiçoar o seu estudo, exercendo a profissão por "baixo custo".

Sem contar com os cursos de Jornalismo, né. Se muitos deles já estavam operando no vermelho e sem turmas completas, agora mesmo...

Mesmo assim, eu passaria por toda a formação acadêmica, se necessário fosse. Só fico preocupado com o AMANHÃ e penso: Óh, e agora quem poderá nos defender? Chapolin?? Que Alá nos proteja!

4 comentários:

  1. É infelizmente isto é fato que está acontecendo.
    Também lamentei muito e fiquei muito triste por ti e outros jornalistas formados.Sei também que era teu sonho fazer jornalismo, mas estais bem preparado para o mercado de trabalho e feliz porque conseguistes.
    Agora é bola pra frente e pronto.
    Beijos!!!

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  2. te falei pra fazer medicina ou direito!

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  3. Então... eu sei que meu diploma está bem longe de chegar e poderia concordar com essa decisão.
    Porém, acho descabido dar direito a alguém de ser jornalista, sem ter se formado em jornalismo.
    Concordo com a Lene, concordo contigo e discordo da decisão.

    Beijo grande!

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  4. Bacana teu blog. Sou de Floripa e também lamento a decisão do STF. Na verdade, a decisão foi baseada na constituição (sobre a liberdade de expressão). Foi bem oportuno dias antes eles acabarem com a lei de imprensa (que era retrógrada). Assim nao poderiam ter ela como base para o argumento contra o diploma.
    Creio que deveria ser elaborada uma nova lei e buscar meios para viabilizar nós, que temos o diploma (ou que ainda vão ter, como eu, se Deus quiser) e aqueles com experiência (talvez algum exame estilo CRM ou OAB para atestarem seus conhecimentos). Enfim é muita polêmica. Mas o STF beneficiou aqueles que eram contra o diploma, e quanto a nós, que éramos favoráveis, ficamos sem justiça.
    Se a classe fosse mais unida, quem sabe essa situação não teria sido diferente?
    Enfim, temos que continuar na luta, buscando uma boa trilha profissional e os valores do jornalismo, como a ética, que, apesar de utópicos, estes sim, devem ser os nossos parâmetros na profi.
    Abraços e te add no Twitter.
    Samira

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