segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Alguém te perguntou como é que foi seu dia?

O médico e escritor Roberto Shinyashiki relatou estes dias no Facebook o seguinte: "Estou em um hospital de primeira linha após um problema na perna. Fico impressionado com a desumanização do atendimento hospitalar. Em um momento de fragilidade, é muito raro alguém que nos olhe nos olhos e converse com respeito e atenção. Se isso acontece com um médico respeitado como sou, imagino como esta o atendimento nos hospitais públicos. Queremos mais humanidade..."

Sabe o que é isso? Falta de amor pela profissão e interesse pelo próximo. Está cada vez mais difícil encontrar alguém que trabalhe por paixão. A maioria só quer saber do salário e está pouco se lixando com as pessoas que lida diariamente. Onde foi parar o amor ao próximo? Cadê o respeito? Essa falta de carinho não é exclusiva da medicina, mas sim de todas as profissões. Há médicos, professores, advogados, jornalistas, autoridades e outros profissionais que estão nem ai com as pessoas que trabalham. Elas que morram.

Até no relacionamento de diversos casais o amor está esfriando. A rotina do trabalho não deixa tempo para almoçarem juntos, e mesmo quando estão em casa cada um fica no seu computador. Saudades do "Oi, tudo bem?" "Como você está?" "Posso te ajudar?" "O que aconteceu?". Vejo o ser humano se fechar como uma ostra. Não é a toa que as ligações para o Centro de Valorização à Vida (CVV) têm disparado em algumas cidades, com pessoas angustiadas e depressivas precisando de alguém para conversar.  

Antigamente era comum a vizinhança se conhecer, cumprimentar e conversar na varanda de casa. Já hoje, nem sabemos quem é a pessoa que mora na porta da frente do nosso apartamento. O tempo passou e, com ele, ganhamos agilidade nas tarefas diárias por conta da tecnologia. Em compensação, perdemos o contato com as pessoas e nos tornamos "sentimentalmente frios". As máquinas sem vida ganharam tanto espaço na sociedade parecendo que, também, substituíram o nosso coração. Cada um se importa só com o seu umbigo e o restante que foda-se.

Como diz a letra da música do Charlie Brown: "Alguém te perguntou como é que foi o seu dia? Uma palavra amiga, uma notícia boa. Isso faz falta no dia a dia..." 


E como faz =/

3 comentários:

  1. concordo com voce em tudo, principalmente o trecho sobre a falta de amor pela profissão. Toda vez que vou no Subway comprar lanche, as moças me olham, e nao dizem nada, eu esperava pelo menos um "oi", ou "bom dia"... mas nem isso. E depois que termino de pagar no caixa, a moça tambem nao diz nada, o que custa dizer "obrigado" ????? E os médicos nem olham no rosto dos pacientes, aconteceu isso com a minha avó esses dias, pelo SUS. Minha mãe acompanhou ela, sentiu vontade de chingar o médico, mas ficou quieta por educação.... os médicos além de não olharem na cara do paciente, não deixam eles falarem até o final, e já vão escrevendo a receita, entupindo as pessoas de remédios, em vez de fazer exames, ou analisar melhor o caso...

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  2. E tem gente falando que o mundo esta acabando.. quem ta acabando mesmo somos nós, estamos nos auto destruindo.. estamos acabando com as belas coisas que a vida preparou para nós.

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