Foi com pesar que li a notícia no
Portal E-Band que o apresentador do canal E!,
Gilberto Scarpa, se jogou do prédio para terminar sua vida de 27 anos. Segue o trecho da notícia publicada no portal.
O apresentador brasileiro Gilberto Scarpa morreu de sábado para domingo, aos 27 anos. Segundo sua noiva, a atriz e escritora Cibele Dorsa, ele teria cometido suicídio. "Meu noivo se suicidou essa noite, com ele morto eu me sinto morta", escreveu em seu Twitter. "Prefiro ir com ele, minha força não faz mais sentido. Quero ir encontrá-lo", continuou.
O apresentador deixa uma vida inteira pela frente para entrar na estatística mundial de pessoas que não suportaram o fardo de viver neste mundo e preferiram antecipar seu fim. Lamentável, sempre fico triste com estas notícias. Não é da natureza da imprensa noticiar estes casos, por questão de ética e até para não servir de impulso para outra pessoa depressiva que pensa cometer o mesmo absurdo.
Nos poucos casos noticiados - ou que vocês souberam de terceiros - reparem a perplexidade que fica sobre alguém que cometeu suicídio. Os questionamentos dos amigos são: "Poxa vida, mas ele parecia estar super bem". "Conversei com ele ontem e não vi nada de anormal". Ou "como ele foi fazer isso, meu Deus? Por que ele não pediu ajuda?" Quando uma pessoa querida comete esta barbaridade, é o questionamento que fica.
Em 2008, um garoto de 19 anos se jogou pelado do apartamento na área central de Criciúma. Por tratar de alguém inteligente, conhecido e de uma família bem de vida, o caso ganhou repercussão nas rodas sociais da cidade. Sobre o assunto, o colunista
Murilo Carvalho fez o seguinte questionamento no seu programa da rádio Transamérica FM: "
O que leva alguém cometer suicídio? Coragem ou covardia?".
Intrigado pela pergunta, mandei a seguinte resposta que foi publicada na coluna dele
(01 de agosto de 2008) no jornal A Tribuna:
"Ontem, enquanto fazia o trajeto do trabalho até minha casa, escutei você falar no programa sobre o que levava alguém cometer suicídio: coragem ou covardia. Penso eu que o único ato corajoso de um suicida é praticar tal atitude de antecipar o fim da sua vida. O restante, acredito que é
COVARDIA PURA. Um suicida é um covarde. Quem antecipa sua morte, é sinal que não teve coragem suficiente para enfrentar os problemas da vida, seja ele o pior que for.
Corajoso (por exemplo) é quem está acamado, com idade avançada, que não consegue enxergar mais nada, foi abandonado por tudo e todos, só respira por aparelhos, mas que está lá sem desistir de viver por mais mais traiçoeira que a vida foi para ele. Corajoso também, é quem luta para superar uma situação dificílima e que, por mais fundo do poço que esteja, sempre olha pra cima na esperança que chegar até a luz que há no topo. Como diria Donald Trump: 'Se existe alguma vantagem para alguém que está no fundo de um poço é que qualquer movimento o leva para cima'."
Essa opinião rendeu discórdia entre meus amigos jornalistas no meu ambiente de trabalho, que pensam diferente de mim. Inclusive teve gente mandando email para outro colunista do jornal dizendo que deveríamos ficar quietos e respeitar a dor dos familiares. Concordo neste último caso, mas eu não estava citando o nome do garoto em questão. Estava apenas debatendo sobre o ato de tirar a própria vida.
O que falei para o colunista prevalece hoje em minha opinião. Mesmo que uns dizem que é preciso ter muita coragem para se matar, eu acho que a coragem fica só na concretização do ato. O resto é pura covardia do medo de enfrentar seus problemas. Se alguém estiver lendo este texto e pensar em fazer tal bobagem, por favor:
procure ajuda! Não deixe que um problema de natureza devastadora impeça você de concluir essa maravilhosa experiência de vida até o fim.
Se for preciso, vá para igreja. Busque fé. Todo ser humano tem direito de acreditar num futuro melhor, e tudo que existe tem uma razão para existir
(mesmo quando não faz sentido). A vida é muito maior do que o nosso cérebro consegue imaginar. Deus é muito maior do que aquele sentido figurado que aparece na bíblia. Nenhum ser humano será capaz de descrever com fidelidade toda riqueza do Criador que entregou seu filho para nos salvar. Eu acredito nessa história e quem tem um vazio existencial deveria deixar a visão cética de lado para acreditar também.
O que aconteceu com Gilberto Scarpa não cabe julgamentos. Ele vai prestar contas no outro plano de vida, só restando a dor para quem ficou vivo e o amava. Senti vontade de comentar o assunto para levantar este questionamento sobre o suicídio, defender minha opinião e ajudar quem pensa nisso antes de fazer tal besteira. Como disse o psiquiatra e escritor,
Augusto Cury:
"Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida".
E para quem vai investir na fé como opção de cura e libertação deste mal que leva as pessoas cometerem uma loucura, deixo essa bonita canção do padre Fábio de Mello:
Deus é capaz!
"E se preciso fosse daria novamente a vida por ti..."