segunda-feira, 26 de março de 2012

Permanecer: um verbo em extinção

Estes dias fiz uma limpeza no meu Twitter de usuários que seguia e não aparecia na rede há uns dois anos, graças o site UnTweeps que conseguiu achar os perfis abandonados. Eu não entendia como apenas 100 pessoas apareciam diariamente na minha timeline, sendo que sigo mais de 1500 pessoas. Cadê o resto? Para minha surpresa, vi tantas pessoas legais que resolveram largar aquela rede. Perderam o encanto e sumiram assim, sem mais e nem menos deixando só a saudade virtual. Ao visitar a página destes usuários, acabei lendo com atenção as últimas atualizações postadas por eles: "Semana de volta às aulas, espero caprichar este ano". Será que caprichou? Gostou do que aprendeu? Passou de ano? Por que não voltou pra contar?

Outro postou: "Finalmente chegou minha tão desejada férias. Agora é aproveitar longe do computador". Bah, já faz dois anos. Será que não é hora de voltar destas férias? Pra onde você foi? Compartilhe conosco, poxa... Li também: "Depois de um dia cheio agora é deitar, assistir filme e comer uma pipoquinha. Delícia". Caramba, morreu engasgada com a pipoca? O filme era legal? Por que nos abandonou? Volta! "Cansei dessa cidade de mentes pequenas e povo ignorante. Queria tanto me mudar para longe daqui". Te entendo perfeitamente, e estou aqui caso precisares desabafar. Mas cadê você? Conseguiu mudar de cidade, estado ou país? O que aconteceu na tua vida nestes últimos dois anos?

As redes sociais têm este poder de nos aproximar de pessoas que estão longe. Muitas se tornam queridas e especiais sem nem ter a noção disso. Só pelo fato de ler um pedaço da sua vida compartilhada em qualquer rede, já é motivo para empolgação. Afinal de contas tudo que postamos no Twitter, Facebook, blog etc é um pedaço do livro da vida que estamos escrevendo. Ali estão angústias, aflições, questionamentos, comemorações, momentos de felicidade... tudo fica registrado. E, independente do usuário, cada um traça sua história em busca de uma vida melhor. Quando uma pessoa querida desaparece da rede, o elo que nos mantinha unido é quebrado. Histórias de lutas, sofrimentos, conquistas e vitórias deixam de ser registrados e compartilhados com quem se criou uma afinidade espontânea. 

"Ah, mas quem sente saudades e se importa realmente com a pessoa liga, manda mensagem e vai atrás pra ver se está tudo bem com ela", concordo. Porém há uma diferença entre admirar alguém virtualmente gostando do que ela escreve, e ser amiga dela na vida real. Principalmente na internet, onde grande parte dos meus contatos moram mais de 500km longe de mim. Até pensei em ligar para algumas pessoas dizendo "Oi, você não me conhece, mas eu te seguia no Twitter e quero saber porque você abandonou aquela rede. Tá tudo bem contigo?", mas é claro que iriam me chamar de louco. Outra opção era sugerir uma pauta pro Globo Repórter: "Pessoas que não atualizam nenhuma rede social ou abandonam o perfil cadastrado. Como vivem? O que fazem da vida? Como conseguem ficar longe disso?"

Lembro de quando fiz uma limpa nos contatos antigos no MSN e foi essa mesma angústia. Pessoas que foram importantes um dia pra mim, sumiram e ficaram offline para sempre. Tantas horas de conversas, desabafos e conquistas compartilhadas que ficaram perdidas com o tempo. Inúmeras trocas de músicas que marcaram uma fase da vida, e que agora foram parar na lixeira. Dizem que devemos deixar estas pessoas partirem para dar espaço as outras que estão chegando. Mas é triste ver como perdemos muita coisa com o tempo. Nessa postagem eu exemplifiquei o abandono numa rede virtual, mas na vida real o cenário não é diferente. 

Quantas pessoas passaram pela nossa vida, fizeram um bem danado e desapareceram ao sabor do vento? De vez em quando me pego pensando: "Como será que está fulano(a)? Será que continua com aquelas manias de antigamente? Bons tempos...", estas lembranças surgem nesta fase que atravesso de questionador e nostálgico. Agora entendo profundamente o que disse este autor desconhecido: 


"Sempre achei a vida irônica, principalmente a forma como algumas pessoas entraram e saíram dela. Na verdade, sempre achei irônico o fato de nunca ficarem. Permanecer também é um verbo em extinção".

sábado, 24 de março de 2012

Papai esquecido...

- Papai, empresta aquela sua bóia pra eu ir na piscina?

- Que bóia, moleque?

- Aquela que tá no seu quarto...

- Não sei de bóia nenhuma, mas pode pegar o que você quiser e não me encha mais o saco.

- Obrigado, pai!
HAHAHAHAHA 

(créditos: Cla Zanetti, via email)

quarta-feira, 21 de março de 2012

O inferno astral e a aflição de ficar mais velho

Dizem que alguns dias antes de completar mais um ano de vida, passamos por uma fase chamada de "inferno astral". Se for mito ou não, eu posso afirmar que faltando seis dias pro meu aniversário me sinto exatamente assim. As horas passam mais rápido do que minha capacidade de conseguir resolver os problemas. Para ajudar, agora resolvi ficar gripado e ser tratado na base do xarope... E sabe quando você perde aquela segurança de realizar tarefas que, até então, eram tão seguras e comuns na tua vida? Então!

Atravesso uma fase que não tenho certeza de mais nada. Se alguém me falar que o azul é verde, eu sinceramente não vou discordar. Por mim tanto faz, pois minha mente está longe. Vou completar 25 anos este ano e nem sei que futuro eu quero pra mim. Não sei se faço intercâmbio, passo em concurso público, começo uma pós-graduação, arranjo namoro, compro um carro ou ganho na Mega-Sena. Na verdade eu queria tudo isso, mas eis o problema. Não se pode ter tudo nessa vida. É preciso lutar e correr atrás dos objetivos. Mas qual é a minha meta? Quero tudo e não consigo ter nada de imediato, eis minha angústia. Agora completo 25 anos, mas a vida voa né? Não quero chegar na idade do 30 com estes mesmos dilemas.

Faz dois anos que a minha vida estacionou de tal forma, que eu fico de braços cruzados acompanhando o desenrolar dos acontecimentos. Sim, eu sei que tenho grande parte da culpa nisso, mas sinto como se quisesse subir para o próximo andar do desenvolvimento da vida e me faltasse uma escada. Essa é a fase que atravesso perto de completar mais um ano de vida, cheio de dúvidas, incertezas e insegurança. Quando criança, tua obrigação era apenas passar de ano no colégio. Depois nossa obrigação foi escolher uma profissão e cursar uma faculdade. Agora que concluímos estas etapas, o jeito é escolher um caminho para seguir, ser feliz e vencer na vida. Aqui é que mora o problema, pois tua família e amigos podem te apoiar, mas o caminho é você quem faz... e sozinho.

Não me adianta querer ter tudo de uma vez e não conseguir nada. Fica igual aquela história do homem que tentou tirar milhares de biscoitos num pote apertado, de uma só vez, e não conseguiu levar nenhum. Simplesmente não sai, é preciso pegar um de cada vez. Admiro as pessoas corajosas que não têm medo de quebrar a cara. Elas traçam um objetivo, seguem o caminho, se arrependem, ficam machucadas, voltam por outro trajeto, mas estão sempre dispostas a correr o risco que for para alcançar sua felicidade. Hoje me falta essa coragem, mas espero um dia chegar lá...

 

Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito... =/

quarta-feira, 14 de março de 2012

Chame a Deus

É público e notório que estou sem tempo para me dedicar este blog. Porém, pra teia de aranha não acumular por aqui, de vez em quando apareço para compartilhar algo que vi na net e achei interessante. Todos sabem que sou católico praticante e acredito muito em Deus, certo? Basta ver minhas postagens antigas e observar diversos debates que já provoquei sobre esse tema. Ateus e religiosos souberam se manifestar de forma madura e respeitosa, sem ninguém interferir na crença (ou descrença) do outro. Que bom...

O que poucos sabem é que na minha adolescência eu frequentei uns tempos a Igreja Universal de Criciúma. Fui a convite da minha vó, já que estava afastado de todas as religiões e na época eles estavam trazendo uma forma nova de se comunicar com Deus. Um jeito diferente de orar e conversar com Cristo, que não encontrávamos na Igreja Católica. Hoje, os encontros da Renovação Carismática trazem toda uma abordagem diferenciada das missas tradicionais, o que se assemelha muito com o início da Igreja Universal.

Pois bem, tirando a parte dos excessos de pedidos de contribuições financeiras que já existia desde aquela época, gostei da experiência na Igreja Universal. Os encontros eram muito bonitos, a forma de se manifestar sua fé era muito forte e as conversas com O Criador eram bem diferenciadas. Eles saíram das orações decoradas para entrar numa conversa franca de homem mortal X aquele que tudo pode. Você entrava cheio de problemas e saia de lá aliviado. Não que milagrosamente os problemas deixavam de existir, mas surgia autoconfiança. Havia uma certeza de que, os problemas que fogem do nosso alcance seriam solucionados com intervenção divina.

A música sempre foi muito aliada nestes encontros. Elas apareciam quando estávamos orando (que não passa de uma conversa íntima com Deus, que muitos insistem em berrar) contando os nossos problemas e solicitando um auxílio. Todos sabem que não tenho preconceito com nada, muito menos com religiões diferentes, mas depois de uns meses eu deixei de frequentar essa igreja. Respeito todas, mas meu lugar é na Católica. Principalmente nos encontros da Renovação Carismática que são parecidos com os evangélicos. Mas levo com carinho esse tempo de conhecimento que passei na Universal.

Para minha felicidade, reencontrei uma das primeiras canções que me tocou profundamente neste local. O nome dela é "Chame a Deus" e compartilho neste blog, pois ela contribuiu numa fase que eu precisava resgatar minha fé. Quem tiver alguma afinidade com a música gospel está convidado apertar o Play.

 

Chame a Deus que o tempo passa e não volta mais. 
Sua chance, sua vida pode se acabar. 
Ele cura a ferida te libertará. 
Chame a Deus, chame a Deus...

sexta-feira, 9 de março de 2012

O tempo passa...


...e as vezes nos transformamos em pessoas que jamais imaginávamos ser

domingo, 4 de março de 2012

Tudo passa...

Todas as coisas na Terra passam. 
Os dias de dificuldade passarão...
Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.
As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...
Dias de felicidade...
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias,
repleto de amargura, paremos um instante.
Elevemos o pensamento ao Alto
e busquemos a voz suave da Mãe amorosa,
a nos dizer carinhosamente: \'isto também passará\'

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre,
semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a
agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade
e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro
porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos,
sem esmorecimento e confiemos em Deus,
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.

Tudo passa...
exceto Deus. 


Deus é o suficiente!
(Chico Xavier)

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